Capturas - Maria Beatriz Freire

Título: Capturas

Autora: Maria Beatriz Freire

Gênero literário: Poesia

Ano da 1.ª edição: 2020

Formato: 14X21 cm

Número de páginas: 96

ISBN: 978-85-69708-47-6

Sobre o livro:

Com este livro de estreia, a autora nos apresenta um breviário de caminhos possíveis cujo ofício em torno da palavra se torna a essência da busca, dos atalhos e da poeticidade. A contenção e a sutileza surpreendem pelas definições poéticas que ressignificam o cotidiano e os modos de existência, no caso, brincando com o jogo entre significantes e significados. O poder de síntese e de concisão reafirmam as redescobertas do que é transitório e também das permanências que vão sendo reveladas a cada piscar. Trata-se de um instigante passeio em que o reflexo e a refração de cada poema ampliam a dimensão dos itinerários. O convite para um olhar que ultrapasse a superfície das coisas potencializa cada página dessa obra repleta de capturas, frestas e abstrações. Há também o labor poético que descortina frentes e frontes capazes de revelar e de resgatar o tom reticente que a própria vida sopra no instante e no desassossego de cada olhar.

Eder Rodrigues 

Prefácio:

Poderia dizer que Capturas é a obra de estreia de Maria Beatriz (Sayeg) Freire. Essa afirmação, porém, existe apenas no convencional tempo do calendário e da agenda. O mesmo tempo que registra décadas de composição poética de tal qualidade que poderia afirmar que ela estreou centenas de vezes. Estreou a cada poema, porque cada uma de suas composições contém o essencial da estreia: a surpresa, o novo.

Poderia dizer também que não foi tarefa fácil elencar o conjunto de poemas aqui compilados, uma vez que as dificuldades parecem burilar e valorizar qualquer trabalho. Mas não há nada de complicado nem difícil aqui. Pelo contrário, Maria Beatriz, mesmo oferecendo construções muito bem elaboradas, consegue manter a simplicidade, a facilidade, o alicerce.

Poderia também dizer que esta é uma antologia de várias fases da poeta, que aqui registra a força de cada etapa cronológica no instante em que ela se apresentava, pois que poesia é sempre o agora. Todavia, não se trata de um apanhado de poemas soltos no tempo, mas sim de uma unidade impressionante que demonstra apenas que a vida, mesmo quando dividida em estágios, é única.

Poderia aqui dizer que o livro é subdivido em três partes.

Poderia assim dizer que em Cismas & Rimas a poeta consegue afastar o perigo da rima, que parece arruinar o conteúdo de tantos poemas por aí, oferecendo ritmos e cadências que potencializam as nossas cismas. Mas isso é bom ou ruim afinal? Julgamentos aqui são anulados.

Poderia dizer que em Definições Poéticas ela simplesmente redefine o significado de tantas coisas, desde a pipoca até a saudade. Simplesmente, aqui ela nos apresenta uma das mais contundentes e singelas definições sobre algo que tentamos decifrar desde que nos descobrimos humanos: o amor.

Poderia dizer que na terceira parte, Di Versos, ela desiste da aristotélica tentativa de organizar seus poemas em compartimentos, implodindo a teoria, a prática e a técnica, abraçando tão somente o indivisível.

Poderia, enfim, dizer tantas e tantas coisas sobre estas 77 estreias poéticas. Poderia ter citado e transcrito versos preciosos que me saltaram aos olhos como revelações. Poderia até dizer em terrível clichê kitsch que a leitura desta obra irá capturar sua atenção e até o coração. Poderia...

Mas este não é um livro de possibilidades.

É um livro que apenas é.

André Kondo - editor e escritor

Sobre a autora:

A literatura e eu temos um caso crônico, recidivante e clandestino. Tenho na família escritores, que praticam o exercício de escrever via ritos de comemorações, desabafos, diários, cartas, já que a escrita é o melhor atalho para as questões do coração. Mas ainda não há ninguém que tenha se despojado a ponto de largar tudo por ela. Por sempre gostar de estudar, a vida e os desafios me levaram à medicina, depois à pós-graduação, à carreira universitária, à maternidade tardia e ao turbilhão de tarefas que tudo isso engendrou. Mas isso já faz um tempo. Agora, em plena envelhescência, não quero mais esconder minha paixão. Não quero mais a timidez comedida de uma participação unitária em antologias, a contribuição envergonhada em revistas culturais de escola. Em meio à prolongada abstinência, encontrei um portal através do André Kondo, que conheci numa oficina cultural promovida pela Prefeitura de Jundiaí. Ele me fez acreditar que poderei passar os dias que me restam com maior foco nesse sonho imperecível. E aqui está um dos meus primeiros trabalhos em forma de livro.

Maria Beatriz Freire