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Nupe: um romance épico no Japão da Era Meiji - Thoshio Katsurayama

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Título: Nupe: um romance épico no Japão da Era Meiji
Autor: Thoshio Katsurayama
Gênero: Romance
Edição: 2019
Formato: Brochura 14X21
Páginas: 212
ISBN: 978-85-69708-33-9

 

Sobre a obra:

Quantos de nós já arriscamos nossas vidas na guerra e no amor? Nupe poderia ser apenas um filho de samurai, cuja incrível trajetória o levou a ser acolhido (e repelido) pelo aborígene povo ainu, na gélida ilha de Hokkaido. Essa dupla identidade, sanguínea e afetiva, instiga o nosso herói a questionamentos que, mais do que as batalhas externas, o levam a derrotas e, vez ou outra, a vitórias internas. Em uma época de rápidas mudanças no Japão, a Era Meiji, e de violentos conflitos, como sobreviver e, mais difícil ainda, como encontrar uma identidade, uma razão para viver? Em meio a sentimentos de amizade, honra e lealdade, floresce acima de tudo o amor. E é sobre essa base que descobrimos que Nupe nada mais é do que um reflexo de nós mesmos, ansiosos por encontrar nosso lugar no mundo e, de preferência, em boa companhia. Os anos podem ser outros, mas também não estamos nós mergulhados em uma era de rápidas mudanças? E, infelizmente, ainda a guerra não é um pesadelo que nos atormenta? Enfim, este pode ser um romance épico no Japão da Era Meiji, mas encontra voz em qualquer lugar e a qualquer tempo. Afinal, épica é a vida. E Nupe está aqui, para nos lembrar disso.

André Kondo (escritor e editor)

 

Prefácio (por Célia Sakurai):

 

            Um escritor brasileiro escrevendo um romance cujo cenário é o Japão do século XIX? Raro, talvez inédito na produção ficcional brasileira. Thoshio Katsurayama ousa se deixar transportar para o Japão do período Meiji (1868-1912) com coragem para tratar da história e de pessoas que viveram nessa época tão enigmática.

            Antes, Thoshio já havia publicado suas memórias familiares, contos infantis. Mas as surpresas do autor vêm em Shimá: A lenda do Samurai Urso (2016) e os dois livros da série Samurai Caolho, suas produções mais recentes. Nupe é a continuação da história de um dos filhos de Shimá, o samurai ronin, “japonês strictu sensu” que foi adotado por uma tribo ainu, que vivia na ilha Hokkaido. Casou-se com uma “japonesa” e teve três filhos, um deles é Nupe. É a partir daí que acompanhamos suas aventuras.

            A pergunta de Nupe ao longo de sua vida de “quem eu sou?” sintetiza a trajetória épica proposta no romance. Thoshio Katsurayama nos brinda com a história do Japão recontada sob a perspectiva de personagens que estão fora do mainstream da sociedade japonesa, e, deste ângulo, nos faz refletir sobre relações sociais e pessoais, sem deixar de atribuir valor à astúcia e à malandragem voltadas sempre para o bem. A condição do personagem central é bem específica e historicamente situada: era ainu porque tinha sido criado entre eles, mas o seu sangue era “japonês”. Essa dupla identidade, a cultural e a oficial, legitimada ou pela cultura ou pela ancestralidade, leva o personagem entre uma e outra identidade, conforme as circunstâncias. E essa duplicidade dá vida, força ao personagem. A começar pelo nome enquanto se identificava como ainu, era Nupe. Depois quando quis se tornar “japonês” muda o nome para Mukawa Shimá.

            O leitor brasileiro tem a rara oportunidade de conhecer alguns meandros da sociedade japonesa por meio dos impasses que o personagem principal vivencia. A história dos ainus não está distante dos autóctones de outras partes do mundo confrontados por forças mais poderosas. Os ainus habitavam o território correspondente ao Japão até entrarem em contato com as levas migratórias vindas da Ásia e Oceania, que foram ocupando suas terras e criando ao longo dos séculos o que hoje entendemos como o Japão e a sua história oficial. O povo ainu foi sendo encurralado e afastado dos centros de poder iniciando uma migração interna forçada cada vez mais em direção ao norte até se fixarem na ilha Hokkaido, a terra do frio, da neve onde a sobrevivência dependia exclusivamente dos ciclos da natureza. Acuados ao norte, os ainus criaram uma cultura com quase nenhum contato com o que ocorria em Quioto ou Tóquio.

            Em Shimá, Thoshio explora a vida de aldeia, os códigos de comportamento, as crenças desse povo que na primeira metade do século XIX vivia à margem das grandes questões que o xogunato Tokugawa (1603 — 1868) enfrentava. As camadas populares incluindo comerciantes, prestadores dos mais diversos serviços, colocavam em xeque a necessidade do aparato de luxo dos senhores de terra. O Japão heroico dos samurais mantidos por esses senhores já era passado; o presente era o desejo por mudanças estruturais na forma de praticar a política interna e externa e, por consequência, mudanças sociais iriam acompanhar o novo Japão. O pano de fundo de Nupe, filho de Shimá é exatamente esse período de transição.

            Acompanhando as aventuras de Nupe conhecemos também detalhes sobre o expansionismo japonês em direção à Ásia oriental, os percalços do processo de ocidentalização do Japão. O agora povo japonês se perguntava “onde eu estou: na tradição ou na modernidade ocidental?” Nupe tem um problema a mais para resolver. Thoshio mostra com maestria um tema que é tabu no Japão (um autor brasileiro pode abordar a discussão sem constrangimentos) sobre as minorias no Japão (os ainus são minoria) e o diálogo das páginas 96 e 97 é bastante elucidativo.

            Aspectos da nossa condição humana de mesclar sentimentos e atitudes binárias como alegria e tristeza, felicidade e infelicidade, ânimo e desânimo, aparecem ao longo do romance de personagens de carne e osso. Valores universais como a centralidade dos laços familiares, as amizades, o desprendimento são artifícios que o autor usa para aproximar a história de Nupe ao nosso convívio, como se nós fossemos seus companheiros nas aventuras. E como deixar de lado o amor? Nupe e Tomiko formam o casal romântico que enfrenta as tradições familiares contra os ares dos novos tempos sem que o lapso dos anos apague os sentimentos nem a paixão.

            A linguagem empregada nos diálogos é um ponto que chama a atenção para a escrita de Thoshio. O tom coloquial usando termos e expressões do português contemporâneo oferece ao leitor o gosto da brincadeira que o autor parece querer transmitir. A brincadeira de Thoshio dilui o peso da trama e humaniza os personagens. O truque da linguagem dos diálogos é a ferramenta que nos faz aproximar dos personagens tornando-
-nos cúmplices. “Mano velho” (pg. 38), “fiz a minha cabeça” (pg. 127), “caramba” e “amigão” (várias páginas) são alguns exemplos de como a informalidade atenua o peso das situações vividas.

             No final, Nupe agora avô, está retornando da Manchúria para o Japão ao final da Segunda Guerra Mundial. O que se passou nos anos entre a chegada à Manchúria e o epílogo? A virada para o século XX até o final da guerra é um período de prosperidade e conflitos para os japoneses ali residentes, de aprendizados no contato com outra cultura. Como vai viver o casal que tinha “ânsia de recuperar o tempo perdido (...) e “tinham ainda muitos anos à frente para serem felizes.” (pg.193). Esperamos todos que a resposta venha com mais um volume para acompanharmos Nupe, agora transformado em nosso amigo através da deliciosa escrita de Thoshio Katsurayama. Será que MamaBu previu mais um volume? Aguardaremos.

 

Célia Sakurai é mestre em Ciência Política pela USP e doutora em Ciências Sociais pela Unicamp. Especialista em história da imigração japonesa. Pesquisadora do Idesp e de diversas instituições de pesquisa em São Paulo. É autora de diversos livros e artigos sobre imigração japonesa. É autora do livro: OS JAPONESES da Coleção Povos & Civilizações da Editora Contexto.

 

Sobre o autor:

Thoshio Katsurayama, natural de Avencas, subdistrito de Marília, SP, mora atualmente em Vinhedo, SP. É Diretor Financeiro da APABEX – Associação de Pais Banespianos de Excepcionais e também da AMLAC – Academia Metropolitana de Letras, Artes e Ciências, com sede em Vinhedo, SP. É membro da Associação Cultural e Literária Nikkei Bungaku do Brasil/ ANBLA e do Clube dos Escritores de Vinhedo – CEV.

Em 2011 publicou seu primeiro livro, Califórnia, pela Reino Editorial, seguido de outras publicações: Contos e Crônicas Insuspeitas (2012), A Saga da Família No (2013), Histórias para Distrair Netas Espertas (2013) e Shimá (2016). Pela Telucazu Edições também publicou As Aventuras do Samurai Caolho (2017), que recebeu Menção Honrosa no Prêmio Maria Antônia da Costa Lobo - UBE-RJ, Samureka Sapeca (2018), Tankas Tropicais (2019) e Nupe (2019).

Contato: thkatsurayama@gmail.com

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