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Quase nada de azul sobre os olhos - Henriette Effenberger

Código: DH77YG4C9 Marca: Telucazu Edições e Editora Alcaçuz

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Título: Quase nada de azul sobre os olhos

Autora: Henriette Effenberger

Gênero literário: Romance

Ano da edição: 2021

Número de páginas: 164

Tamanho: 14X21 cm

ISBN: 978-85-86928-44-0

Sobre o livro:

Um pequeno grande romance com uma cena inicial enigmática e intrigante. E, aos poucos, como num coral, as vozes das outras personagens vão surgindo em solos, duetos, trios, num encadeamento de casais que se desfazem e de novos casais que emergem. Numa escrita aparentemente simples e coloquial, a autora nos envolve com surpresas e uma pirueta final rocambolesca. Não pense, cara leitora, caro leitor, que escrever de maneira despojada é fácil, é preciso muito artifício para criar uma história tão intrincada com frases que soam tão naturais. A literatura finge tão completamente que dá a impressão de que é fácil escrever romances. Henriette Effenberger nos fisga já no começo, ao deixar em suspenso o nome da personagem do primeiro capítulo, e vai conduzindo sua história com sensibilidade e humor porque ela é capaz de revestir de ironia os desatinos nos enormes dramas que conta. Um livro que se lê de um só fôlego.

Eurídice Figueiredo - Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos de Literatura – da Universidade Federal Fluminense

Um mosaico feminino

Quase nada de azul sobre os olhos, romance de Henriette Effenberger, oferece-nos um passeio pelo universo feminino, em algumas de suas faces mais cruéis. Vários aspectos do cotidiano feminino, com suas escolhas e consequências, descortinam-se diante dos olhos do leitor, fazendo-o refletir sobre a existência da mulher em um mundo regido pelo masculino.

As várias histórias apresentadas, aparentemente independentes, e que, em algum momento, se cruzam, são trajetórias que envolvem encontros, desencontros, expectativas e frustrações. Desfilam, diante dos nossos olhos, a mulher que prioriza o cuidado com os filhos em detrimento do sucesso profissional, a que deixa tudo para trás, aquela que deseja independência, mas alimenta o sonho romântico do grande amor, a que se vê às voltas com a responsabilidade de cuidar do pai doente... Apesar das diferenças, todas se estruturam em torno de um mesmo ponto: conhecem as agruras da condição feminina em uma sociedade patriarcal.

Muito embora o texto conte com um narrador dotado de um ponto de vista privilegiado, são as diversas mulheres, com suas conquistas e frustrações, as grandes protagonistas da narrativa.

De diferentes classes sociais, profissões, origens e especificidades, as personagens são dotadas de uma singularidade que, paradoxalmente, parece irmaná-las, pois todas acabam por se entrelaçar, na urdida teia de relações estabelecida pela trama.

Personagens verossímeis, facilmente reconhecíveis, protagonizando situações corriqueiras. Cada uma, a seu modo, traduz um aspecto do modo feminino de se relacionar, nas dores e delícias de sobreviver em um mundo que as condena à margem e ao silêncio.

Entretanto, a narrativa também fala de esperança. De superação. De situações que fazem com que tragédias se convertam em pontos de virada, permitindo recomeços. Possa o azul do horizonte a ser desbravado ser ainda mais intenso do que a sombra suave que cobre os olhos da protagonista, permitindo, mais do que nunca, o mergulho na feminina aventura de existir.

Tatiana Alves é escritora e doutora em Letras

Sobre a autora:

Henriette Effenberger é romancista, contista, trovadora, poeta bissexta, memorialista e escreve também literatura infantil. Com sete livros publicados, este é o seu segundo romance, o primeiro, A Ilha dos Anjos, escrito em parceria com Maria Dulce N. K. Louro. É sócia pioneira da Associação de Escritores de Bragança Paulista, na qual atualmente exerce o cargo de Diretora de Eventos. Participa também do Coletivo Feminista Mulherio das Letras.